Queimadas no Cerrado
O Brasil possui um dos climas mais tropicais e variados do mundo, devido a sua extensão e grande costa litorânea.
Apesar disso, nas regiões de Cerrado, onde a seca é uma realidade na maior parte do ano, as queimadas não são incomuns e estão diretamente associadas à ação humana em razão do desmatamento.
O Cerrado é uma das áreas de maior expansão agropecuária do país e, por proporcionar condições positivas para criação de gado e outras atividades, vem sofrendo ações de desmatamento cada vez mais contínuas, pioradas pela escassez de chuvas.
Somente neste ano, de 1º de janeiro até 31 de agosto, foram mais de 31 mil focos de incêndio florestal.
Esse é, disparado, o maior e mais assustador índice desde 2012, quando foram registrados, neste mesmo período, mais de 40 mil focos.
As informações vêm do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Problemas no clima e seus reflexos
O país vem enfrentando uma grande estiagem, mesma situação que contribuiu para o alto número de queimadas de 2012.
As chuvas escassas, principalmente na região do Cerrado, exercem ação direta de prejuízo nas grandes secas no Pantanal, no Rio São Francisco e na bacia do rio Paraná, afetando diretamente o funcionamento comum da hidrelétrica de Itaipú.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, esse vem sendo o período mais seco registrado no Brasil nos últimos 90 anos, o que tem consequências seríssimas para o meio ambiente, mas também afeta diretamente o nosso dia-a-dia.
Com a diminuição das chuvas e os rios e afluentes com capacidade abaixo da média, a produção de energia e fornecimento de água podem colapsar.
É um estudo desenvolvido e aprofundado durante anos e que indica que, ainda em 2021, os reservatórios podem não cobrir a demanda, obrigando o país a procurar outras fontes de produção.
A economia de recursos, bem como sua boa aplicação, é de extrema importância para que não haja ‘apagões’ e cortes ou rodízios no fornecimento de água para a população.
Crise ambiental
A crise ambiental não é uma realidade apenas nas regiões de Cerrado; a situação crítica se alastra também pela Amazônia, que registrou focos de incêndio acima da média de janeiro até agosto e a Caatinga que, em comparação à 2020, duplicou os focos de queimada.
É uma situação preocupante e que coloca em estado de alerta toda a população do país, já que 60% da população recebe água encanada e energia elétrica a partir das hidrelétricas, que estão com seus níveis operando no mínimo.
A hidrelétrica de Furnas, por exemplo, trabalha hoje com apenas 28% da capacidade, enquanto as hidrelétricas menores já operam com porcentagens em torno dos 10%.
Apesar dos alertas, o governo federal descartou racionamento durante este ano e diz que estuda novas maneiras de garantir o equilíbrio de produção dos recursos hídricos e elétricos.